Umberto Eco em 1982: “O “nome da rosa” é uma expressão usada às vezes na Idade Média para designar o poder infinito da linguagem.”
Entrevista: Como um estudioso medieval e teórico dos signos concebeu um dos maiores sucessos literários do século XX? Nesta entrevista de 1982 ao "Le Nouvel Observateur", Umberto Eco, falecido em 2016, relatou o nascimento de "O Nome da Rosa", o thriller medieval lançado em 1980, que desde então se tornou um best-seller global, traduzido para 45 idiomas e vendendo dezenas de milhões de cópias.
Entrevista por Frederico Ferney
Umberto Eco no espetáculo “Apóstrofos” por ocasião do lançamento de seu livro “O Nome da Rosa”, em 1982. XAVIER GASSMANN/INA VIA AFP
Para ir mais longe
O Prix Médicis étranger foi concedido a Umberto Eco por seu romance "O Nome da Rosa", uma encantadora Série Noire que transporta o leitor à Itália medieval, a uma abadia onde o crime, a libertinagem e a sodomia são a ordem do dia. Ele conversou com Frédéric Ferney. Jean-François Josselin recebeu o Prix Médicis por "O Inferno e Cia." Depois de Goncourt e Renaudot, esta é uma segunda bela dobradinha para Grasset e seu diretor literário, Yves Berger. No mesmo dia, o Prix Femina foi concedido à romancista canadense Anne Hébert, publicada pela Seuil.
Você é um professor universitário conhecido por seu trabalho sobre estética medieval e a poética de Joyce. Como um teórico do signo ousa dar o salto: escrever um romance?Umberto Eco: Nunca sonhei em fazer isso. Tive um amigo muito querido: Roland Barthes. Durante toda a vida, ele se arrependeu de não ser um escritor, um verdadeiro criador. De fato, ele era; mas sentia uma falta, sofria com isso. Eu não. Eu era um teórico...
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